No universo da informação digital, a arquitetura de informação tem lugar de honra. É a partir da estrutura criada para os sites e afins (arquitetura da informação) que se distribui a informação (através do webwriting) e produz–se conhecimento.
A arquitetura de informação (AI) não surgiu com a internet, nem com a informática. Aplicada no dia–a–dia do ser humano há séculos, a AI bebe em duas fontes: da forma como organizamos a informação em nossas mentes, o chamado modelo mental, e do mais importante resultado desta observação, a boa e velha biblioteca, enxergando–se a catalogação de um livro como a indexação de uma informação.
Muito se tem falado sobre arquitetura de informação, mas, como ciência recente foi formalizada há pouco mais de um século e nomeada há poucas décadas , há mais dúvidas do que certezas, principalmente quando aplicada à web.
Vamos, então, separar o joio do trigo?
O que é arquitetura de informação?
Em um ambiente digital, é a tarefa de estruturar e distribuir as áreas, principais e secundárias, tornando as informações facilmente identificáveis, sua distribuição bem definida e, a navegação, intuitiva. Esta tarefa pode (e deve) ser aplicada não apenas a sites internet e intranet, mas a CDs–ROM, DVDs e ambientes wireless, levando–se em conta suas diferenças.
Quais são os princípios da arquitetura da informação?
Há sete princípios, denominados palavras de ordem:
Organizar sugere diversas opções de construção para um ambiente digital como um todo e para suas áreas secundárias;
Navegar lida com o aprendizado, tanto na aquisição de informação pelo usuário, quanto na percepção de como ele navega pelos ambientes digitais;
Nomear estuda de que maneira as áreas serão identificadas, seja através da palavra (neste caso, é preciso escolher a terminologia mais adequada), do ícone, ou de ambos;
Buscar ensina como indexar a informação para que a sua procura seja tranqüila;
Pesquisar é o caminho a seguir para apurar junto ao cliente toda a informação necessária à construção do conteúdo;
Desenhar testa o resultado final da arquitetura da informação, antes mesmo da construção do protótipo, ou seja, no próprio fluxograma;
Mapear é a palavra de ordem mais estudada hoje na arquitetura da informação para a web. Afinal, seria mesmo o fluxograma a melhor maneira de representar graficamente para o usuário um sistema de informação?
No excelente livro Information Architecture for the World Wide Web, de Peter Morville e Louis Rosenfeld, considerada a principal referência em AI para a web assim como seus autores, as sete palavras de ordem são descritas em detalhes. Opte pela 2ª edição, revista e ampliada.
O mapa de um site é sua arquitetura da informação?
Não. O mapa de um site é um resumo da arquitetura da informação. O real fluxograma de uma AI explicita itens que não interessam ao usuário, como as phantom labels (áreas previstas, mas que ainda não existem) e os filtros usados pelo mecanismo de busca.
Quem pode trabalhar com arquitetura da informação para a mídia digital?
Bibliotecários, engenheiros, arquitetos, profissionais de planejamento e, é claro, de conteúdo. Em um mercado tão multifacetado com o da internet, em que diversos perfis de profissionais participam ativamente da tarefa da construção de ambientes digitais, a realidade demonstra que quem lida com organização e construção de sistemas têm sempre algo precioso a acrescentar.
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Artigo de Bruno Rodrigues / Webinsider
além dos profissionais que foram citados no artigo, um que não é reconhecido e também tem capacidade de trabalhar com arquitetura da informação é o arquivista.